2012-11-132012-11-132012http://hdl.handle.net/10625/50521A liberação do cultivo do algodão transgênico Bt de primeira geração no Brasil a partir de 2005 deu um novo impulso a cotonicultura nas regiões tradicionais de cultivo e favoreceu o crescimento da área plantada em áreas não tradicionais, como o Centro-Oeste do país. Esta cultura teve uma retração acentuada no Brasil provocada por dois principais motivos. O primeiro foram as infestações de pragas, principalmente o bicudo, e segundo os níveis de preços reduzidos para a pluma da década de 90 que combinados desmotivaram a produção desta cultura. O advento da transgenia na cultura do algodão tornou-se uma opção para a volta da cultura no Brasil, pois havia a possibilidade de diminuição dos tratos culturais poupando assim mão-de-obra nesta atividade. A retomada da cotonicultura deu-se desta forma com um novo padrão tecnológico com incorporação de modernas tecnologias, representada pela utilização da semente certificada e em muitas regiões pela semente pirata. A grande expectativa dos produtores rurais era a efetiva diminuição de mão-deobra e de custos pela redução no número de aplicações. Quanto a questão do bicudo salienta-se que a transgenia nas sementes BT e RR do algodão não tem nenhum tipo de benefício detectado na pesquisa. Por isso, observou-se que a questão de bicudo não é um fator chave para adoção desta tecnologia na região pesquisada e pela dedução nas entrevistas feitas nas entidades da cadeia do algodão nem mesmo para os grandes produtores este fator é relevante na adoção da semente BT ou RR. Neste contexto, a expectativa da introdução deste novo pacote tecnológico era a redução de custos com elevação da rentabilidade da cultura. A adesão ao novo padrão tecnológico pelos cotonicultores foi muito rápida, contribuindo para o aumento das áreas plantadas em regiões em que não eram cultivadas, como o Centro-Oeste, uma zona de fronteira. Entretanto, a maior parte das sementes utilizadas por estes grupos de produtores é a semente pirata, advinda de uma reprodução em campos de sementes não fiscalizadas e de importações ilegais, de países como a Argentina e Paraguai. Os pequenos produtores de algodão brasileiros devido à facilidade de reprodução da tecnologia no setor agrícola reproduziram este mesmo modelo adotado pelos grandes produtores. A adoção da semente pirata foi feita pela grande maioria, em virtude do modelo de financiamento da atividade ser realizado por intermediários, que entregam um pacote fechado para esses produtores. Nas análises realizadas nesta pesquisa, foi constatado que o preço da semente pirata entregue pelos intermediários era mais alto do que a semente fiscalizada adquirida por um grupo específico de produtores organizados em torno de uma cooperativa. A polêmica quanto aos transgênicos e os poucos estudos feitos sobre a adoção destes pacotes tecnológicos incentivaram este estudo que foi conduzido no Brasil, na Argentina e no Paraguai. Este trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão das principais conclusões do estudo geral conduzido no Brasil e indicar as estratégias para melhorar a capacidade de negociação e do sistema produtivo dos pequenos produtores de algodão no Brasil. A região da pesquisa de campo mostrou-se rica pela convivência de dois padrões distintos de organização: um desorganizado com a figura do atravessador e outra com a presença de uma cooperativa. As próximas seções descrevem o regime de ciência e tecnologia no Brasil, as principais conclusões das análises feitas das entrevistas e oficinas realizadas no Norte de Minas Gerais, indicando as alternativas para os grupos de produtores desta região.Texto1fichero numérico (127 p. : il.)application/pdfesSMALL FARMERSTRANSGENIC COTTONSOCIOTECHNICAL CONFIGURATIONSCIENCE AND TECHNOLOGY POLICYBRASILBRASIL--MINAS GERAISPEQUEÑOS AGRICULTORESALGODONPOLITICA DE CIENCIA Y TECNOLOGIAORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOSPLANTAS TRANSGENICASREGULACIONBIOTECNOLOGIAInforme Final de Brasil: Análise dos resultados da pesquisa de campo em Minas Gerais: impactos da difusão do pacote tecnológico dos transgênicos na cultura do algodão em propriedades familiaresIDRC-Related Report